Eu e a Renata de Paoli resolvemos trazer um artigo de revisão da Cochrane de 2017, falando do uso de chupeta e sua relação com a tão temida morte súbita do lactente. Ao longo da leitura buscamos outras fontes e estudos para complementar, os quais estão citados no texto.
O que é a morte súbita do lactente (SIDS)?
Definida como a morte repentina de um bebê durante o sono e sem causa aparente. Ocorre entre o nascimento e 1 ano de vida, mas principalmente entre 1 e 4 meses.
Os fatores de risco: sexo masculino, prematuridade, ambiente superaquecido, exposição a cigarro e bebida e dormir na posição de barriga para baixo.
A revisão traz diversos estudos feitos na última década apontando que o uso de chupeta previne a morte súbita.
O posicionamento da Academia Americana de Pediatria também relata uma associação protetiva do uso de chupeta durante o sono, porém recomenda que seja ofertado apenas após a amamentação estar bem estabelecida, entre 3-4 semanas de vida e somente nas sonecas ou no período de sono dos bebês, se o bebê deixar a chupeta cair ao adormecer, não há necessidade de insistir.
Seu uso não se justificaria após os 6 meses, quando então, aumenta o risco de otite média, infecções gastrointestinais e infecção oral por Cândida, além de que, após essa idade é muito raro o evento de morte súbita, cessando ali seu benefício protetivo.
Muitos estudos mostram que o uso de chupeta pode estar relacionado com o insucesso e menor duração da amamentação e, assim como o uso de chupeta, amamentar também previne a morte súbita do lactente.
Em outro estudo concluiu-se que o uso frequente da chupeta está associado a uma menor duração da amamentação, porém um uso pouco frequente não teve o mesmo impacto.
Já o posicionamento oficial da OMS nos “Dez passos para a amamentação bem sucedida”: Orienta não dar chupetas ou bicos artificiais aos lactentes que amamentam.
Há argumentos prós e contras, a ideia aqui não é criticar quem usa nem incentivar os que não usam e sim trazer informação. A decisão de oferecer ou não deve ser dos pais, levando em conta os indiscutíveis benefícios da amamentação.
Quanto mais bem informados estivermos, melhores decisões tomaremos.
